sábado, fevereiro 24, 2007

Pensamentos Perpétuos





Eu normalmente esqueço as palavras
E passo as acções
Das quais tiro conclusões

E esqueço as mágoas
E depressa afago
Todas as palavras
Não estou cá pra depressões

Pois esta vida
Tem apenas três dias
E eu já vou a meio
Sinto que estou a despertar

Com a guitarra mesmo aqui ao lado
Sem tristeza é o fado
Tornam este o meu olhar

Mas não a posso tocar
Como já me tocou um dia
Pois as coisas da vida
Me fizeram esquecer

E agora com a cabeça fria
E o coração com alegria
Não me deixa desdizer

Que este meu fado
É triste e amargurado
Mas sim feliz e contente
com vontade de aprender

A lidar com os sonhos
Acreditar na realidade e digo com vaidade
Pois é o que está apetecer

Pois é a viver que a verdade
Digo isto e sem maldade
Estou vivo é pra viver

Com a guitarra mesmo aqui ao lado
Sem tristeza nem pecado
Só as lides do fado
Tornam este o meu olhar

Mas não a posso tocar
Como já me tocou um dia
Pois as coisas da vida
Me fizeram esquecer

Pois as coisas da vida
Me fizeram esquecer

Com a guitarra aqui ao lado
Sem tristeza nem pecado
São mesmo as lides do fado
Que tornam este o meu olhar

Que me foste fazer



Não sei que me foste fazer
Para estar tão louco por ti
Não sei que me foi acontecer
Mas sinto-me tão bem assim

Contigo
Sinto-me tão bem contigo

Não sei que mais hei-de eu fazer
Para poder te conquistar
Baixa as armas vem para o meu lado
Sabes bem que te quero amar

É contigo
Sinto-me tão bem contigo

Não é tarde nem é cedo
É sempre horas de te amar
Quero-te e digo sem medo
Da verdade te assustar

É contigo
Eu só quero estar contigo

Autocarro do Amor


O autocarro do amor
Não me está a levar
Para onde eu queria ir

Não sei se hei-de ficar
Ou deixar-me levar
Pelo autocarro do amor

O autocarro do amor
Não me está a deixar
Não me deixa
Apaziguar

E minha alma cansada
E com medo de não encontrar
O caminho de volta
Tenta de forma revolta
Parar e pensar

Estarei ou não disposta
A voltar a tentar e sofrer
A voltar a sofrer por alguém

Com medo de não encontrar
Outro autocarro, outra paragem
E de perder a viagem
Que embora não quisesse


Estava prometida
O autocarro do amor
Leva-me, sem que consiga dizer não
Sem ter tempo
De escolher a estação

O autocarro do amor existe
E persiste
Em não me deixar
Escolher outra estação

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Quero mais e mais



Não é fácil
Estar sem ti e
Fazer de conta
Não te querer

Não é fácil
Estar longe
E tentar
Não pensar em ti

Pois eu quero
Estar perto
Eu de ti
Estou deserto

Eu quero mais e mais
Eu quero mais e mais
Eu a ti
Quero-te demais

Fazes me sentir
De novo eu
E emergir
num mundo que era só teu

Fazes-me sentir feliz
Sentimentos que não sabia ter
Existe em mim
Um novo ser

Eu já não sei
O que é melhor
Sei que sem ti
Estou desolado

Eu já não sei
Viver assim longe
De ti já não sou eu

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Queria sentir



















Noites que passo sem dormir
só por sentir
a tua ausência
em vez do teu corpo, um vazio
me consome

E em que penso e repenso
na falta que sinto
quando não estás

Já não sei se consigo
imaginar-me sem te ver

Não esqueço o teu perfume
quero chama quero lume
quero ser teu

Queria sentir
Queria mover
Queria cheirar esse ar
e roubar, ao teu coração
a tristesa a fadiga
o sentimento amargurado
e o desalento que consome esse teu ar

Mirrar solenemente
















Mirro
mirra dentro de mim a vontade
mirra dentro de mim a sede, a sensacionalidade
procuro compreensão e ternura
mas nem de mim a consigo ter

não consigo perceber se por loucura
desiludo-me de dia para dia
e tudo mais que me apetecia
deixo porém desmorecer

dentro de mim o cansaço
agride-me levando-me as forças
de tentar e voltar a tentar
de Querer

Vai-te embora!
não voltes mais!
digo para mim em curtos espaços, sobressaltos
em que os espamos dolorosos de viver
quase me matam mas não desisto
insisto em continuar
a lutar
contra mim mesmo
contra o cansaço
e contra o laço que me aperta e me machuca
e que por momentos me julga derrotar

Não!
digo basta
e sigo em frente na luta
Ei-de vencer um dia

O que penso



O que penso
Não interessa o Quê

nada interessa porém
o importante é sentirmos
que algo nos faz sentir bem
Não interessa o porquê

não há sonhos maus ou tormentos
tudo faz parte da vida
e dos seus ensinamentos
Cada dia é um dia

e há que saber desfrutar
o importante é vive-lo
e ao que a vida tem p'ra nos dar

Forma de ser

Mais um dia que foi noite
E mais um dia,
Mais uma noite que o dia passou
Um açoite
Daqueles que a vida nos dá
Bebi curti e desvairei mas sei
Que a noite que desvairei eras tu

Minha medusa de olhos vendados
Que Me aclarei-a a alma
E que a sua voz calma
faz apaziguar todos os meus pecados
Que cometie tento continuar a alcançar

até chamar de casa lar
Até poder dizer tu és minha e eu sou teu
Até fazer das tripas o ar que respiro e que te faz respirar
Mas sei que esse lar que procuro não existe

Mas minha alma persiste
E logo insiste
Para que continue a ser eu
E logo teu
Que continue
A viver a vida que nos rodeia e continuar a existir e a ser eu

Sentir Português










Português educado
Suspeito
Português bem-falante
Um mentiroso
Que agride burocraticamente com palavras pomposas em terreno argiloso
Foi se o bom senso e a honra outrora regras de bom cidadão
Em troca de espertezas e heresia
De um vilão
Foram se os tempos foram se as vontades
E todas as verdades que outrora fariam de um cidadão exemplar
Nada mais a nós nos resta que disso fugir ou repugnar
Foram se os inteligentes pelos espertos
As minas pelos desertos
E os despojos insensatos, agora trocados por fatos
Passam por nós povo vil
Como de sapatos velhos se tratassem
A caminho de uma repugna reforma
Que nem as solas nos paga
Fora embora a virtude e a inocência
Viva a santa indecência
De se servir de toda a gente
E vangloriar os seus actos
Fazendo de gatos sapatos
Pois até o mais corrupto é herói até ser apanhado
Pois é este o nosso fado
Não o que Amália gritava a sete ventos
Mas o que Camões em tormentos
Sofreu para se sentir alguém
Esses homens de nobres actos
Que nem sapatos usavam
E que os pés esquartejavam
Sem perder a honradez
Nobres actos nobres virtudes
Destinos amordaçados
Corações estrangulados pela vontade
De bater
Tudo o que nos rodeia é triste
É triste viver num mundo cruel
Este em que vivemos
Ou melhor dizendo sobrevivemos
Ou tentamos ...

Noites sombrias










Noites sombrias e quentes
que fazem da prosa entre dentes
aquecerem a minha alma regada de poemas tristes




Procuro

Procuro e não encontro
Tentando encontrar
Aquilo que procuro
Sei bem não vou achar

Sei bem o que procuro
Mas não sei para onde foi
Nem sei eu bem se existe
Dói me tudo-nada dói

Dias que passam


Dias perdidos horas contadas
Ilhas perdidas no meio do nada
Esperando um dia ser habitadas
Corações vividos despedaçados
Cartas de amor
E outros fados
Singelos cristalinos
Respirar amanhecer
Vivo a cada minutoo que a vida tem a tecer
Vivo escondido de mim
Tenho vontade de viver
Viver a vida num sonho
Que não o sei compreender
Vivo do tudo, do nada
Bebo vinho da vida incrustada
E tento perdido encontrar-me
Na encruzilhada
Estarei vivoS
erá isto viver
Porquê de tantos porquês
Viver a vida é sofrer?