sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Sentir Português










Português educado
Suspeito
Português bem-falante
Um mentiroso
Que agride burocraticamente com palavras pomposas em terreno argiloso
Foi se o bom senso e a honra outrora regras de bom cidadão
Em troca de espertezas e heresia
De um vilão
Foram se os tempos foram se as vontades
E todas as verdades que outrora fariam de um cidadão exemplar
Nada mais a nós nos resta que disso fugir ou repugnar
Foram se os inteligentes pelos espertos
As minas pelos desertos
E os despojos insensatos, agora trocados por fatos
Passam por nós povo vil
Como de sapatos velhos se tratassem
A caminho de uma repugna reforma
Que nem as solas nos paga
Fora embora a virtude e a inocência
Viva a santa indecência
De se servir de toda a gente
E vangloriar os seus actos
Fazendo de gatos sapatos
Pois até o mais corrupto é herói até ser apanhado
Pois é este o nosso fado
Não o que Amália gritava a sete ventos
Mas o que Camões em tormentos
Sofreu para se sentir alguém
Esses homens de nobres actos
Que nem sapatos usavam
E que os pés esquartejavam
Sem perder a honradez
Nobres actos nobres virtudes
Destinos amordaçados
Corações estrangulados pela vontade
De bater
Tudo o que nos rodeia é triste
É triste viver num mundo cruel
Este em que vivemos
Ou melhor dizendo sobrevivemos
Ou tentamos ...

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