quarta-feira, setembro 26, 2007

“Há quem adquira o mau costume de ser infeliz”

É preciso que tu saibas que não são os factos acontecidos fatalmente que te farão feliz ou infeliz. És tu, que sendo feliz ou infeliz, fazes os factos ao teu redor.
Não são os factos, considerados pelas pessoas que estão ao teu redor, que te farão feliz ou infeliz. Ao contrário, és tu que , sendo feliz ou infeliz, construirás circunstâncias felizes ou infelizes. Quando entenderes isto, terás felicidade à tua volta." (Dr. Celso Charuri)

A Felicidade ou a Importância das Pequenas Coisas

Devo confessar que me faz alguma confusão aquelas pessoas que dizem que não são felizes mas não fazem nada para contrariar esse sentimento.
Mas o que me faz mais confusão é que essas pessoas normalmente têm um ideal de felicidade demasiado fantasioso, como se fosse algo enorme, grandioso, que, ou se tem ou não se tem e pronto.
Como se não houvesse nada a fazer em relação a isso.
Como se fosse assim algo demasiado grandioso a que eles não têm direito.
Quanto a mim, não concordo nem com uma coisa nem com outra.
Nem com a ideia da felicidade como algo grandioso onde tudo é perfeito, onde o mundo é cor-de-rosa, nem com a ideia de que umas pessoas são felizes e outras não e que não há nada a fazer em relação a isso.
Em primeiro lugar, o mundo não é mesmo cor-de-rosa.
Há coisas boas e coisas más, coisas bonitas e coisas feias.
O que é preciso é aprender a ver as partes boas das coisas más.
Porque tudo, tudo, tem uma parte boa e tudo tem uma parte má.
E se estivermos sempre conscientes disso vamos sofrer menos.
Sofremos na mesma e ainda bem, porque é preciso sofrer para dar valor à felicidade, mas sofremos menos.
Não temos aquele choque de percebermos que, afinal, o mundo e as pessoas não são perfeitos. Em segundo lugar a felicidade não corresponder à ideia utópica de ter tudo o que se quer e de as coisas serem todas perfeitas.
Correndo o risco de estar errado, porque isto é apenas a minha opinião, a felicidade está naquelas pequenas coisas que nos acontecem no dia a dia.
Ou melhor, está em saber atribuir valor às pequenas coisas boas que todos os dias acontecem a todos nós.
Um telefonema de uma pessoa amiga, lutar por um objectivo e atingi-lo, um dia na praia, um sorriso ou um olhar de alguém especial, um beijo, uma conversa com quem se gosta, dar/receber um presente, um banho quente, dormir numa cama lavada, apaixonarmo-nos, apaixonarmo-nos e sermos correspondidos, acordar com o sol a bater na cara, ouvir uma música que se gosta, fazer uma viagem, ver o pôr/nascer do sol, um abraço, uma conversa onde se descobrem cumplicidades, um passeio à beira-mar, ir a um sítio de que gosta, fazer amor com alguém, ver a série preferida na televisão, conhecer pessoas novas, rir, falar, trocar experiências, um banho de imersão, um banho quente... tanta, tanta coisa.
Se eu quisesse continuar, esta lista era interminável.
E todos temos estas coisas, se calhar até todos os dias, nas nossas vidas.
Só que, muitas vezes, andamos tão perdidos de nós, tão perdidos do mundo, tão perdidos de tudo que nem reparamos que estas coisas nos acontecem.
E quando reparamos não damos importância porque andamos em busca da tal felicidade utópica, inalcançável e, na minha opinião inexistente.
Porque a felicidade é isto, é saber olhar de forma especial para as pequenas coisas e atribuir-lhes importância.
E a soma de todos estes momentos pode fazer-nos feliz e levar-nos a dizer:
Sim, sou feliz!
Ou seja, mais uma vez, é tudo uma questão de perspectiva, da forma como decidimos olhar/encarar as coisas.
Há uma frase que eu acho que ilustra muito bem tudo isto:
há pessoas que têm tudo para ser felizes, menos a felicidade. E eu acrescento: há pessoas que, simplesmente, não sabem ser felizes.
E quase sempre porque acham que não têm direito à felicidade...

4 comentários:

Brida disse...

tão lindoooo, um livrinho de auto ajuda daqueles que metem NOJO!!!

acho que todas as pessoas sabem escrever um livro destes,

até eu que "não acredito na felicidade", também era capaz de escrever um livro de como ser feliz, basta ser hipocrita p escrever uma coisa destas, e eu também o sei ser, embora não faça parte do me dia a dia.

animus animi disse...

Ao escrever este pensamento, não o dediquei a ninguém em especial e muito menos quiz de alguma forma ferir susceptibilidades.
Quiz apenas partilhar com o pequeno mundo de pessoas importantes em meu redor, e que muitas, poucas ou quase nenhumas vezes aqui me visitam, aquilo que sinto e que frequêntemente aqui exponho.
Às vezes agrado, outras faço-vos interrogarem-se outras pura e simplesmente, passo ao lado e por muito que a mim me diga pouco ou nenhum significado têm para quem o lê.Ou que pelo menos não o comenta.
"Livro da Felicidade"?
Nem por isso...
Auto Ajuda?
Sim ajuda-me imenso!
Acredito que expor aquilo que penso me faz pensar melhor no assunto e aprender a lidar melhor com as circunstâncias e obstáculos com que o "Livro da Vida"(a minha) me faz conviver e sobreviver diariamete.

oteu disse...

A melhor auto juda é sermos nós mesmos, não arranjar-mos máscaras e nem muros. despir a alma e mostra-se como é

Laura Azevedo disse...

Acordar com o sol na cara. Um dia na praia. Ouvir a música de que se gosta vezes e vezes seguidas. Ver a claridade média de final de tarde bater na parede branca e sentir a brisa passar pelas janelas do quarto. Sair à rua sozinha e andar com o rosto inclinado mais para cima, de olhos fechados, e, de repemte, parar para sentir melhor o sol aquecer o rosto e deixar pender os braços, como se "desistisse" das banalidades e me preferisse deixar ficar assim: a sentir a simplicidade, feliz. Receber uma mensagem, um mail, com noticias de quem temos saudades e achávamos que não se lembrava de nós. Acordar de madrugada e ir a varanda para sentir o ar fresco da noite no corpo, ouvir o silencio da cidade e ficar ali por uns minutos, anestesiada, em silencio, a sentir uma calma tão serena e tão fresca. E voltar para a cama e sentir o calor ainda dos lençóis no contraste com o meu corpo frio... Escrever, vendo o ecran vazio, preto, à espera que o meu suspiro empurre cá para fora a primeira palavra, a primeira vírgula. Comer chocolate. Acordar de manhã e andar pela casa com uma caneca de café com leite. Ver filmes ao entardecer com as janelas entreabertas e as luzes apagadas. Estar no autocarro de cabeça encostada ao vidro, a ouvir música, a observar as pessoas. Rir. Rir. Rir. Olhar nos olhos e rir. A minha toalha de banho verde. A minha palidez. Mogwai. Ouvir músicas romanticas, que vivem com pó nas estantes quase todo o ano, que naquele preciso instante são a melhor coisa do mundo porque nos fazem recordar os 15 e os 16 anos: e a ideia de que o amor seria fácil e que podíamos ser tão felizes. Acertar em cheio nas pessoas. :) Sim, há TANNNTA coisa simples, maravilhosa, que anima, que reconforta. É tão bonita a vida. :)